quinta-feira, 16 de setembro de 2021

Os Fantasmas do Palácio dos Arcos













 




OS FANTASMAS DO PALÁCIO DOS ARCOS


Hoje a avó Mafalda convidou a equipa aventura para um "Lanche da Rainha" no Palácio dos Arcos. Claro que a Maria quis logo mais pormenores e não é caso para menos - um lanche da rainha não é coisa pouca. A equipa aventura ficou em pulgas e às cinco da tarde
estávamos à porta do palácio. Fomos servidos com todo o requinte na varanda dos arcos. A equipa aventura gostou. Também visitámos o palácio todo.  Está bem conservado. O Vila Galé só estragou a horta para fazer os quartos. O Palácio dos Arcos  que veio a dar o nome à terra, foi originalmente construído no século XV, foi destruído pelo terramoto de 1755 e reconstruído de seguida e por isso ficou com este estilo barroco. Mas o que vimos com toda a atenção foi o retrato da D. Eufrasia de Meneses que foi dona do palácio no século XVI e que tem a fama de sair do quadro durante a noite.
A equipa aventura decidiu logo tirar essa história a limpo.
Como fazer, como não fazer, pensámos em tudo até que a vovó Mafalda teve uma ideia - o António e a Maria disfarçam -se de empregados do hotel e passam lá a noite escondidos. O António ainda resmungou dizendo que lhe cabem sempre os trabalhos difíceis mas a ideia foi aceite.
O António ficou muito bonito com a sua farda de barman com colete e lacinho ao pescoço, tudo copiado do rapaz que nos serviu o lanche. A Maria também ficou muito bonita com o seu vestido de empregada de mesa. Os avós ficam no jardim a vigiar e ao mais pequeno sinal de perigo avançam como equipa de socorro.
E pronto, começa mais uma aventura. O António e a Maria esconderam-se no balcão do bar logo que saiu o último cliente.
Era meia-noite em ponto quando ouvem um fru-fru de saias a roçar os tapetes e aí está a D. Eufrasia exactamente como estava no quadro. E suspira e geme. O avô Ambrósio tinha explicado que a D. Eufrasia tivera o desgosto enorme de não ter um filho a quem deixar o grande morgadio que tinha organizado e era por isso que ela agora chorava.
O António e a Maria estavam um bocadinho arrepiados e prontos para ir embora mas repararam noutra figura que avançava pela sala. Desta vez era um rei de certeza, manto de arminho e coroa na cabeça, não havia engano possível. O António lembrou-se que a avó falara no D Manuel que vinha ver passar as naus da Índia. Pronto, o António disse à Maria - É o D Manuel, o venturoso, porque teve mesmo muita sorte. Olha vai para a varanda ver as naus.
A Maria resolveu acabar com aquilo - Vamos embora, estou farta de fantasmas. Aqui só se aproveita o lanche da rainha. 

Sem comentários:

Enviar um comentário